BASTIEN CONFUSED

08/07/15

TYPOS - Santonay

COTINZ É PRO!
A noite fria de São Paulo convida a maioria das pessoas para ficarem em suas casas, embaixo das cobertas, assistindo um filme. Levantar é, no máximo, para ir ao banheiro. Mas para Santonay a possibilidade das ruas estarem mais vazias são um chamariz para botar o moletom, a touca, pegar as tintas e explorar as paredes vazias da cidade.

A gente, curioso como só a gente sabe ser, quis saber um pouco do que ele pensa sobre a relação da arte de rua e o skate e a inspiração que rolou para a TYPO dele para o truck do Crailer Cris Mateus. A noite foi fria, mas o papo seguiu no fluxo! Se liga:





Onde que o skate e as tipografias de rua se relacionam?

Acredito que assim como o skate, a tipografia de rua é uma forma de reinterpretação de espaços. A capacidade de escolha e de discernimento de um skatista optar por determinada manobra em determinado local é semelhante (ou pelo menos deveria ser), do escritor de rua, no âmbito da interação criativa entre o praticante e o suporte. Por exemplo é a mesma relação quando o Cotinz dá um fifty body varial na escadinha da paulista e um escritor de rua em determinado trabalho escreve uma letra maior no muro para acompanhar a arquitetura e seus movimentos. A relação Beatnik também dá uma discussão legal, por exemplo.

O seu trampo é bem agressivo, com extintores e night sessions. Você vê essa marginalidade no skate também?

O skate e a escrita de rua, sempre andaram juntos e o lance da prática marginal sempre acompanhou os dois, então, por natureza o skate já é o “Lado B” do surfista, ou seja, já nasce marginal! Hahaha!

No âmbito da historia da arte, a dessacralização da evolução estética da beleza, reflete nela e nos artistas como resiliência a favor do humanismo e da resistência e não como caminhantes a favor do sistema e é ai que o skate entra de novo. Arte pra skatista e skate pra artista e não vice-versa.

Você acha que o skate e a pixação ainda são marginais ou estão mais aceitos ultimamente?

As artes de rua se popularizaram de forma exponencial no últimos anos. A atenção que a escrita de rua ganhou na mídia e também no setor privado ajudou a impulsionar seu crescimento. Empresas do setor têxtil, financeiro e até alimentício desfrutam de sua estética e da jovialidade do skate para compor suas campanhas. Isso é legal, até certo ponto. O quanto tudo isso volta para o skate? Ou o quanto volta para o graffiti?
Uma coisa é certa, ignorar é impossível.


É, ignorar não dá! E sobre essa TYPO do truck do Cris Mateus? Como surgiu a ideia das letras?


Desde o começo, o pessoal da Crail queria algo relacionado à letras góticas, por ser um estilo bem tradicional e antigo, assim como o skate do Cris Mateus, tradicional e Old School. Com base nisso, risquei algumas letras à mao e parti pros vetores pra finalizar.

Siga o Santonay no instagram: @santonay





TEXTOS POR Crail Trucks e Pedro Berengani

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